01/06/2012
O potencial escondido no horizonte
Greenpeace lança o documento “Horizonte Renovável”, fruto de uma expedição por todo o Brasil para documentar o avanço das energias renováveis no país
Greenpeace - Placas Fotovoltaicas em usina de Macaé, no Rio de Janeiro. (©Greenpeace/Rogério Reis/Tyba)Do Ceará ao Rio Grande do Sul, do Amazonas a São Paulo, o Greenpeace registrou imagens e depoimentos sobre como as energias provenientes do Sol, dos ventos ou mesmo da biomassa já se tornaram uma realidade no país.
A publicação é o nosso testemunho de que podemos ter energia sem que seja necessário destruir a floresta ou afetar a vida de milhares de pessoas, como acontece quando se constrói grandes hidrelétricas na Amazônia. Ou ainda, sem colocar em risco permanente os que vivem em áreas de impacto das usinas atômicas, quando a opção é por expandir a exploração da energia nuclear.
O documento acompanha um mapa que apresenta o potencial de geração destas novas fontes renováveis no Brasil. O documento mostra que, com investimentos e vontade política, as fontes de geração sustentáveis têm todas as condições de atender à demanda energética atual e futura de um país em pleno crescimento.
“O potencial de fontes renováveis como eólica, biomassa e energia dos oceanos pode atender a mais de cinco vezes a demanda brasileira por eletricidade. E quando o assunto é energia solar, uma área de apenas 400 km2 de painéis solares seria capaz de atender à demanda atual nacional. Para efeito de comparação, esse tamanho é menos de 1% da área total do estado de Pernambuco”, diz Ricardo Baitelo, coordenador da campanha de Clima e Energia do Greenpeace.
Com uma orientação política clara e consciente, o Brasil tem todas as condições para se tornar a primeira grande potência energética de matriz quase 100% limpa, conforme o Greenpeace demonstrou em seu relatório [R]evolução Energética. Infelizmente, o país dá sinais de que prefere colocar esforços e investimentos em combustíveis fósseis, a despeito dos graves riscos ambientais.
A exploração do pré-sal, por exemplo, vai exigir R$ 686 bilhões em investimentos entre 2011 e 2020. Essa é uma escolha que pode se revelar desastrosa do ponto de vista estratégico, justo quando a iminência de um desastre climático empurra o mundo a discutir alternativas ao petróleo.