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10/07/2015

Mudanças na ISO14001: padrões de sustentabilidade

Reinaldo Dias, Ecodebate - Em setembro deverá ocorrer o lançamento oficial da ISO14001:1015, que estabelece normas para a implantação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGS). A partir de então as empresas que já possuem o certificado terão um período de transição de três anos para se adaptarem às novas exigências do padrão internacional.
A norma ISO14001 é a ferramenta de gestão mais difundida no mundo, utilizada por mais de 250.000 organizações, em 167 países. A certificação desta norma ajuda a prevenir, evitar, reduzir ou controlar os impactos ambientais, utilizando métodos adequados. Uma de suas vantagens é transmitir o compromisso assumido pela organização de forma direta e crível. Os benefícios econômicos de sua aplicação estão na otimização do consumo de energia, de matérias primas e água e pela melhoria dos processos, além de reduzir os riscos legais de recebimento de multas.

A revisão da ISO14001 teve início em 2012 com a criação de um grupo de trabalho internacional na Organização Internacional de Normalização (ISO), formado por 90 especialistas de 70 países. O Brasil participou ativamente desse processo através da ABNT.

A norma revisada é mais acessível para pequenas e médias empresas e organizações do setor de serviços. Entretanto, exige a integração da gestão ambiental na estratégia da empresa; a melhoria da comunicação com as partes interessadas e que as soluções ambientais avancem além da prevenção da poluição. Seu propósito é considerar todo o ciclo de vida e a melhoria da performance ambiental, além de buscar o comprometimento do alto escalão das organizações com as políticas ambientais.

A nova versão, na realidade, está pronta desde fevereiro deste ano, mas por motivos de logística será apresentada oficialmente no segundo semestre. A nova certificação, sem dúvida, estabelece padrões mais elevados de sustentabilidade e desempenho organizacional, estabelecendo um conjunto de exigências de gestão em toda cadeia de valor da organização, desde os fornecedores e ciclos de produção e de venda até à fase da distribuição final. Inclui, ainda, uma diversidade de atividades como empacotamento, transporte, eliminação, aquisição de bens e serviços, entre outras.

As mudanças estão sintonizadas com a urgente necessidade de adaptação das empresas às exigências que virão para se engajarem mais firmemente na solução dos problemas ambientais que afligem o planeta, principalmente diminuindo as agressões ao meio ambiente e reduzindo as emissões de gás carbônico (CO2). Além disso, visam a versatilidade com outros sistemas de gestão (em particular com a ISO9001, de qualidade), mais clareza na redação para evitar más interpretações e uma tecnologia global que atenda a necessidade de prevenção da contaminação. A norma enfatiza a necessidade das organizações terem um compromisso maior com a solução dos problemas ambientais que afligem a humanidade e assumam com clareza a perspectiva do desenvolvimento sustentável.

As empresas que se anteciparem e adotarem as novas exigências da norma estarão melhor posicionadas no mercado em relação aos concorrentes. Nestes tempos de ajuste fiscal um melhor posicionamento competitivo pode significar a diferença entre sobreviver e perecer.

*Reinaldo Dias é professor da Universidade Mackenzie Campinas. É mestre em Ciência Política e doutor em Ciências Sociais pela Unicamp e especialista em Ciências Ambientais.

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