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04/07/2015

Para 88% dos brasileiros biodiversidade é assunto essencial

Pesquisa da União para o BioComércio Ético revelou ainda que população jovem brasileira é a mais bem informada sobre o tema; levantamento foi feito em nove países

Portal Brasil com informações da Agência Brasil - Grande parte dos consumidores brasileiros (88%) consideram o assunto biodiversidade essencial. É o maior índice entre nove países pesquisados, conforme levantamento da União para o BioComércio Ético (UEBT). Os dados estão na Pesquisa Barômetro da Biodiversidade e foram divulgados nesta quinta-feira (25), em Paris.
O levantamento foi feito em março e abril e ouviu cerca de 8,7 mil pessoas no Brasil, Equador, México, nos Estados Unidos, no Reino Unido, na Holanda, França, Alemanha e Índia.
Ao lado do México, o Brasil teve respostas acima da média dos demais entrevistados sobre temas como aquecimento global, desmatamento, desenvolvimento sustentável e responsabilidade social corporativa.

92% dos brasileiros disseram já ter ouvido falar sobre biodiversidade e 48% conseguiram dar definições corretas para o termo.

Entre os mexicanos, 52% deram respostas corretas. Os outros índices de acerto foram: Alemanha (47%), Holanda (45%), Reino Unido e Estados Unidos (39%) e França (37%). Os piores resultados ficaram com o Equador (17%) e a Índia (2%). A meta da Organização das Nações Unidas (ONU) é que até 2020 toda a população mundial saiba sobre biodiversidade­.

Entre as respostas corretas para biodiversidade estavam: "É tudo o que envolve a natureza e seus habitantes, plantas, insetos, animais, águas e a diversidade da fauna e flora como um todo”, dada pelos participantes do Brasil, ou “A diversidade de todas as criaturas e plantas, a diversidade da natureza na Terra”, da Alemanha.

A pesquisa revelou ainda que a população jovem brasileira é a mais bem informada sobre o tema. 57% sabem o que é a biodiversidade, enquanto a média para esse perfil é 43%.

Os entrevistados também estão atentos à origem do que consomem. Do público brasileiro, 89% disseram se preocupar com o fato de as empresas adotarem boas práticas de acesso e uso dos insumos naturais, além de manifestar interesse em ser mais bem informado sobre essas práticas. Os brasileiros disseram se informar sobre o assunto pela televisão e pelo rádio.

Houve aumento do número de acertos para a definição de biodiversidade desde a primeira edição da Barômetro da Biodiversidade. A média global passou de 30%, em 2009, para 39% de acertos, em 2015.

Segundo a União para o BioComércio Ético, além de melhorar nos conceitos nos últimos sete anos, os entrevistados passaram a relacionar o meio ambiente com produtos do dia a dia, como alimentos, medicamentos e cosméticos.

Na média geral, 79% deles querem saber a procedência dos ingredientes que compõem os produtos alimentícios e 87% declaram comprar alimentos que seguem essa linha.

O levantamento revela, ainda, que 83% dos que foram ouvidos esperam que os fabricantes adotem políticas de respeito à biodiversidade e, mais uma vez, Brasil e México se destacam, com 92% e 95%, respectivamente.

A pesquisa Barômetro da Biodiversidade entrevistou 47 mil consumidores em 16 países entre 2009 e 2015.

Marco da Biodiversidade

A presidenta Dilma Rousseff sancionou no dia 20 de maio o novo Marco Legal da Biodiversidade, que regulamenta o acesso ao patrimônio genético e ao conhecimento tradicional associado.

A lei define regras para acesso aos recursos da biodiversidade por pesquisadores e pela indústria e regulamenta o direito dos povos tradicionais à repartição dos benefícios pelo uso de seus conhecimentos da natureza, inclusive com a criação de um fundo específico para esse pagamento.

“Conseguimos elaborar uma lei que combina nossa capacidade de desenvolver, de incluir as pessoas nesse desenvolvimento e gerar inovação a partir de pesquisa em ciência e tecnologia. Estamos garantindo que haja um ambiente favorável, amigável, para que pessoas que têm o conhecimento tradicional tenham direito a uma participação, recebam o royalty [direito autoral]; estamos garantindo que pesquisadores não tenham limites para pesquisar; e estamos garantindo que empresas possam, sem conflitos e sem atribulações ou contestação, utilizar esse conhecimento”, disse a presidenta quando sancionou o Marco da Biodiversidade.

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