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26/01/2020

Seis Coisas Que Você Não Sabe Sobre A Pecuária No Brasil

O documentário Sob a Pata do Boi investigou essa cadeia, seus impactos para o consumidor e, principalmente, para o meio ambiente e traz informações importantes que podem te fazer reavaliar a carne que está no seu prato.

1. Grande parte da carne consumida no Brasil é produzida na Amazônia

40% do rebanho nacional está em uma área que um dia foi floresta amazônica e hoje virou pasto. As mais de 400 mil fazendas espalhadas pelos estados que compõem a floresta dão a ideia do tamanho do território ocupado pelo gado – só de pastagens, são 48 milhões de hectares, ou cinco vezes o tamanho de Portugal.

2. 20% da floresta amazônica foi desmatada nos últimos 50 anos

E a pecuária teve – e ainda tem – um papel muito forte nesse processo.

63% da área desmatada deu lugar a pasto para boi..Práticas insustentáveis repetidas ao longo do tempo por produtores rurais e grileiros da região colaboraram para destruir um quinto de uma das maiores riquezas do Brasil – a Amazônia.

3. Na Amazônia tem três vezes mais gado do que gente

Existem hoje 85 milhões de cabeças de gado na Amazônia. Isso equivale em média a 3.4 cabeças por habitante.

No município de São Félix do Xingu (Pará), por exemplo, está o maior rebanho do Brasil. São 2,2 milhões de cabeças de gado - 18 por habitante.

Pouco mais de cem frigoríficos são responsáveis por 93% do abate anual de gado da região, o equivalente a 12 milhões de cabeças de gado por ano, oriundas, por sua vez, de milhares de fazendas espalhadas por um território que uma vez já foi floresta.


4. Na Amazônia tem cowboy

A cultura de rodeios e feiras agropecuárias é muito forte nas regiões em que a produção de gado está presente. Os mesmo profissionais que lidam com os animais no dia-a-dia, apresentam-se para grandes plateias nos eventos ruralistas, muitas vezes as únicas opções de lazer das cidades.

5. A impunidade faz com que o setor continue andando fora da lei

Mesmo com constante fiscalização dos órgãos ambientais como o Ibama e o ICMBio, o crime de desmatamento e grilagem de terras raramente é punido, o que leva a cadeia da pecuária a continuar associada a iniciativas de produção que não dialogam com a sustentabilidade.

Quem quer andar fora da lei, sempre encontra uma brecha!

6. Frigoríficos podem ser peças-chave no combate ao desmatamento na Amazônia

Em 2009, o Ministério Público Federal do Pará e os frigoríficos que atuavam na Amazônia assinaram um acordo chamado Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). O compromisso dos abatedouros era de não comprar animais vindos de fazendas que estivessem embargadas por desmatamento ou outras irregularidades sociais e ambientais.

Dessa forma, o Estado passou a dividir com a iniciativa privada o controle da produção.

Vamos repensar nossa relação com aquilo que consumimos?

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