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História: José Lutzenberger

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06/08/2011

Para onde vai seu computador velho?

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O Brasil já é um dos maiores mercados de computadores do mundo - e logo vai ser um grande produtor de lixo eletrônico. Estamos prontos para cuidar de todo esse e-entulho? 

Dizem que um carro zero-quilômetro perde valor assim que deixa a concessionária. Do computador, pode-se afirmar que, quando ele deixa a linha de montagem, provavelmente já está desatualizado. A diferença é que um carro tem valor de revenda, ainda que mais baixo. Já um PC antigo vale muito pouco. Tão pouco que muita gente nem tenta vendê-lo: joga direto no lixo. Esse fenômeno é comum nos países desenvolvidos, mas se engana quem acha que brasileiro não joga computador na lixeira. Em fevereiro, a Organização das Nações Unidas apontou o Brasil como o país emergente que mais gera lixo eletrônico per capita a partir de PCs. Os dados foram estimados, mas é fácil entender a equação. Em 2010, devem ser vendidos 13,5 milhões de computadores.
Numa conta otimista, considerando-se um uso médio de cinco a oito anos para essas máquinas, pode-se esperar uma enorme quantidade de lixo eletrônico em 2015. Mas nem é preciso olhar para o futuro para entender o problema. Quatro anos atrás, 19% dos domicílios urbanos tinham um computador de mesa. Em 2008, já eram 27%. O número de computadores vendidos a cada ano subiu de 8,2 milhões para 11,7 milhões nesse período, de acordo com a consultoria ITData. O Brasil é um dos maiores mercados de computadores do mundo. Logo vai ser também um dos líderes na produção de lixo eletrônico, um problema ambiental que já é grave atualmente e tende a piorar com a digitalização dos países emergentes.
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No mundo, 40 milhões de toneladas de resíduos eletrônicos são geradas todo ano, mas apenas cerca de 10% são reciclados de forma apropriada. No Brasil, não existem dados confiáveis sobre a reciclagem desse lixo, mas experiências mostram que a situação é parecida. A operadora Vivo oferece um serviço de reciclagem de celulares em 3 400 pontos de coleta em lojas próprias e revendas. Do total de aparelhos trocados, porém, somente 5% são coletados. "Parte do que não é coletado deve estar guardada ou foi repassada a alguém", afirma Juliana Limonta, consultora de responsabilidade socioambiental da Vivo. Um estudo está sendo feito pelo Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre, uma associação de empresas) e pelo Ministério do Meio Ambiente, com entidades do setor eletroeletrônico, para descobrir o destino dos equipamentos velhos. "Alguns resíduos são jogados em lixo comum", diz André Vilhena, diretor executivo do Cempre. "Acabam em lixões ou são retirados por catadores." O grande problema desse cenário é que o manuseio errado dos equipamentos pode contaminar o solo e a água, conforme as peças se oxidam.

LEGISLAÇÃO

Leis para tratar o lixo eletrônico no Brasil começaram a ser criadas há apenas três anos. Em agosto, após quase 20 anos de discussão, foi sancionada a lei federal que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, definindo o descarte de diversos tipos de lixo, entre eles o eletrônico. A lei tem dois aspectos importantes. Um é a obrigação de criar sistemas de logística reversa, ou seja, um sistema que permita a volta dos equipamentos ao setor industrial para ser reaproveitados. O outro é a definição de que a responsabilidade pelo descarte correto é compartilhada entre fabricantes, distribuidores, importadores e consumidores. A lei ainda depende de regulamentação, mas algumas empresas se adiantaram. Desde 2006, a Dell oferece um sistema de coleta de eletrônicos e acessórios aos clientes brasileiros (não corporativos), agendada pela internet. Fonte:Planeta Sustentável

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