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16/06/2012

Meio Ambiente – Rio+20 : Negociadores têm dificuldade para fechar o texto-base da Rio+20

Agência Senado - O Comitê Preparatório da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20) ainda iria fazer uma reunião na noite desta sexta-feira (15) para tentar um consenso sobre o texto base da conferência. O coordenador das negociações, o diretor da Organização das Nações Unidas Nikhil Seth, estava cético quanto a um acordo a respeito dos 72% do texto sobre os quais não há acerto. A partir deste sábado (16), a presidência das negociações, que até esta sexta-feira era da Coreia do Sul e de Barbados, passa para o Brasil. O texto tem que ser aprovado até o final da Conferência, na próxima sexta-feira (22).

Para o presidente da Comissão do Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA), senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) – que está no Rio de Janeiro participando da Rio+20 e da Cúpula Mundial dos Legisladores – o documento final pode avançar ainda um pouco mais. Ele previu, no entanto, uma grande dificuldade para se chegar a um acordo sobre os meios de financiamento para uma economia sustentável, assim como para a transferência de tecnologia para a produção de energia limpa e para a capacitação para o enfrentamento dos problemas ambientais e para o combate à pobreza.

Os países que são os potenciais doadores, que historicamente estão numa condição econômica melhor, passam atualmente por uma grave crise financeira. Sem dúvida isso vai dificultar as negociações e tende a fazer com que o documento final seja mais modesto do que gostaríamos que fosse – afirmou.

Para o senador, será difícil definir numericamente, neste momento, as metas de desenvolvimento sustentável. Mas acrescentou que a meta deve ser perseguida, principalmente aquelas que tratam da utilização de energia renovável, da redução da água na agricultura e do fim dos subsídios dados pelos países ricos à agricultura.

Já o presidente da Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT), senador Eduardo Braga (PMDB-AM), afirmou que as negociações da Rio+20 estão sendo feitas em “um momento econômico extremamente delicado”, referindo-se à crise que afeta as economias dos países desenvolvidos.

- Não teremos acordo sobre o clima se não houver espaço na economia para que se possa investir no clima. Espero que o governo brasileiro, com sua liderança, com o protagonismo que possui em várias áreas da sustentabilidade, e por ser o país que possui a maior floresta em pé do planeta, possa exercer o protagonismo e a liderança necessária, com a habilidade que é característica dos brasileiros, para que nós possamos superar os impasses e os entraves – desejou o parlamentar, que também participa da Conferência e da Cúpula.

O senador João Capiberibe (PSB-AP), outro a participar dos eventos no Rio de Janeiro, em uma visão mais crítica com relação à negociação do texto da Rio+20. Para ele, a proposta dos países ricos quer “perpetuar o colonialismo ecológico”.

Eles são detentores de patentes de tecnologias que previnem ou que mitigam os impactos ambientais e, se estabelecerem algumas regras, vão cercear e até fechar mais seus mercados para os países pobres. A economia verde nos parece algo para criar barreiras, criar regras novas para impedir o acesso aos mercados dos países ricos – afirmou, lembrando que o Brasil, por exemplo, sempre foi um “exportador de natureza”, hoje chamadas commodities, cuja exploração tem “um custo ambiental muito grande”.

Homenagem

Fernando Collor foi homenageado nesta sexta-feira pelos 20 anos da Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, a Eco 92, que coordenou na condição de presidente da República. Foram homenageadas também outras autoridades de destaque naquela conferência, entre eles o secretário-geral, o canadense Maurice Strong. Na Eco 92 foram estabelecidos, entre outros documentos importantes, as Convenções do Clima e da Biodiversidade e a Agenda 21.

O senador afirmou que se sentia agradecido com a homenagem e lembrou que a Eco 92 foi “um divisor de águas” para o planeta.

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