Roberto Naime, Ecodebate -Vários tipos de selos já foram lançados, alguns pelas entidades de normatização de seus países de origem, e outros por associações de classe ou mesmo setores empresariais de vanguarda.
Estes selos nem sempre são destinados a reconhecer determinados produtos ou família de produtos como ambientalmente corretos. Alguns apenas surgiram para aproveitar oportunidades de mercado cada vez maiores e mais salientes na área ambiental, atingindo fatias cada vez maiores de mercados consumidores que preferem produtos que percebem com atitudes ambientais menos impactantes e mais corretas.
Este fenômeno é particularmente mais importante nos países de renda mais elevada, onde conforme a conhecida pirâmide de Maslow, o cidadão já tem suas necessidades básicas fundamentalmente atendidas e busca transformar seus gestos de consumo em atitudes de engajamento com o que percebe serem produtos ou serviços de menor impacto ambiental ou maior capacidade de preservação ambiental.
Os critérios para concessão dos selos verdes por países ou blocos econômicos têm sido aplicados a produtos importados na tentativa de criar barreiras comerciais de natureza ambiental que protejam os produtos dos países do primeiro mundo, notadamente na área agrícola e em derivados industriais do agronegócio, num exemplo típico de falta de transparência e utilização indevida de critérios ambientais.
Environmental Choice
O “Environmental Choice Programme” (ECP) do Canadá é uma iniciativa do Ministério do Meio Ambiente. Integram seu comitê coordenador os representantes da área de saúde pública, dos consumidores, cientistas, advogados, indústria e comércio. Os aspectos técnicos estão sob responsabilidade da Associação Canadense de Normas (CSA).
Esta iniciativa foi sustentada por pesquisas que mostraram que 94% dos canadenses estavam preocupados com questões ambientais, já em períodos pregressos a 1988, ano da institucionalização e operação do programa.
O ECP estabelece duas fases principais para a obtenção da certificação que dá direito ao uso do selo:
a. Identificação e revisão da categoria de produtos propostas para certificação;
b. Desenvolvimento de diretrizes para a categoria proposta, com o estabelecimento de critérios que um produto tem que atender para que se fabricante possa ser licenciado a aplicar o selo.
Já foram certificados detergentes, fraldas, baterias, material de construção, utilidades domésticas, lâmpadas, lenços de papel reciclados, embalagens comerciais, plásticos reciclados, tintas a base de água, sistemas de compostagem para residências e combustíveis para automóveis. A figura abaixo apresenta o selo do Environmental Choice Programme.