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Gisele Brito, da Rede Brasil Atual - Será lançado hoje (20) em São Paulo o livro Partido da Terra - como os políticos conquistam o território brasileiro, do jornalista Alceu Castilho. Ao longo de mais de três anos, Castilho levantou dados das declarações de posse de quase 13 mil políticos brasileiros entregues em 2008 e 2010 à Justiça Eleitoral com foco específico nos chamados bens rurais, que compreendem terras, gado e empresas agropecuárias. A conclusão é que, mais que uma bancada, o Brasil possui um sistema político ruralista que vai muito além dos nomes fortemente identificados com essa tendência.
Ao todo, 1,16 milhão de hectares de terra estão nas mãos de senadores, deputados estaduais e federais ou prefeitos de praticamente todos os partidos com representação no congresso, com exceção do PSOL. O PSDB lidera a lista de prefeitos com mais bens agrários, 21,25% total de hectares, o correspondente a 247 mil hectares, segundo o levantamento feito por Castilho. Logo em seguida, vem o PMDB, PR, PT, com 5%, e DEM. Entre os parlamentares, lideram PMDB, DEM, PR, PDT e PSDB.
Castilho enfatiza que entre os parlamentares a participação do PSDB e PT, partidos que comandam o país nos últimos 18 anos, caem quando comparada a participação dos prefeitos desses partidos na posse de terras no país, no entanto, ele avalia que isso não diminui o impacto do sistema ruralista. “Os governantes desses partidos dependem desse sistema, não só em relação aos outros partidos, mas à dependência da própria rede de prefeitos, que no caso do PSDB fica mais evidente”, explica o autor.
O livro está dividido em cinco partes: Território, com o detalhamento da quantidade de terras; Dinheiro, com histórias de enriquecimento; Política, com detalhes sobre a bancada ruralista, sua atuação em votações, doações de campanha e clãs familiares; Ambiente, sobre crimes ambientais e lista e políticos madeiros; e, por fim: Excluídos, Mortos e Ameaçados, que trata de trabalho escravo, conflitos e crimes contra ativistas cometidos em terras de políticos.
